Na tarde de 22 de novembro de 2025, Porto, o FC Porto entrou em campo com um elenco quase totalmente renovado para enfrentar o Sintrense, clube de Sintra, em jogo da Taça de Portugal. O treinador Francesco Farioli, de 36 anos, que assinou contrato até junho de 2027, fez sete mudanças no onze titular — uma clara mensagem: ninguém está imune, e todos têm papel. A partida, marcada para as 19h17 UTC no Estádio do Dragão, foi mais do que uma rodada da competição: foi um teste de profundidade, um sinal de confiança nas segundas escolhas e uma demonstração de que o técnico italiano não teme o rodízio.
Um onze quase novo, mas com alma de campeão
Na baliza, Cláudio Ramos voltou à titularidade, substituindo o habitual Diogo Costa. A defesa foi completamente reestruturada: Martim Fernandes, Pablo Rosario e Dominik Prpic formaram a trinca central, com apenas Francisco Moura mantendo sua vaga. No meio-campo, o retorno de Eustáquio e Gabri Veiga foi o centro das atenções — o primeiro, mais experiente e organizador, o segundo, dinâmico e técnico, como um novo motor. Junto a eles, Alan Varela assumiu o papel de pivô, equilibrando a transição entre defesa e ataque. No ataque, Borja Sainz entrou no lugar de William Gomes, enquanto Pepê e Samu permaneceram como pontas. A formação final: Ramos; Fernandes, Rosario, Prpic, Moura; Eustáquio, Varela, Veiga; Pepê, Sainz, Samu. Nada de nomes famosos na defesa, mas uma coesão surpreendente. Os jogadores que entraram não pareciam nervosos — pareciam prontos. E isso, no futebol moderno, é mais raro do que parece.Um quinto do tempo para 20 jogadores: a filosofia de Farioli
Com 16 jogos disputados na temporada 2025/2026 — 13 vitórias, dois empates (contra Benfica e Utrecht) e uma derrota (para Nottingham Forest) — o FC Porto já utilizou 25 jogadores na equipe principal. O mais interessante? Vinte desses jogadores têm exatamente cerca de um quinto do tempo total disponível em campo. Isso não é acaso. É estratégia. "Vamos precisar de toda a gente devido a algumas lesões que sofremos e, com os muitos jogos que vamos ter, toda a gente terá um papel importante", disse Farioli em coletiva no dia 19 de novembro. E ele não estava apenas falando para a imprensa. Ele estava mandando um recado ao vestiário: ninguém está de férias. Nem o titular, nem o jovem da B, nem o jogador que chegou no mercado de verão. Todos são peças. Todos contam. Isso é um contraponto direto à era de José Mourinho, onde os titulares eram intocáveis. Farioli, com sua formação em academias de Queda e sua experiência na Turquia e na França, entende que o futebol moderno exige resistência física e mental. E o FC Porto, com 11 jogos em 35 dias no período natalino, precisa disso mais do que nunca.
As lacunas que o mercado pode preencher
Mesmo com o rodízio funcionando, há falhas visíveis. A ausência prolongada de Nehuén Pérez, o central argentino lesionado desde outubro, deixou um vácuo no centro da defesa. A SAD do FC Porto já está no mercado, procurando um defensor experiente — alguém que possa dar estabilidade, liderança e segurança. Mas o que mais preocupa os analistas é a lateral-esquerda. Francisco Moura, Zaidu e Kiwior são opções, mas nenhum deles é um titular absoluto. Kiwior, por exemplo, é mais central. Moura é bom, mas ainda em desenvolvimento. E Zaidu? Tem talento, mas inconsistência. Farioli já mencionou em entrevistas que "a lateral esquerda é um ponto de atenção". E isso não é só um comentário técnico — é um sinal de que algo pode vir. Fontes próximas ao clube indicam que uma contratação pode ser anunciada antes do Natal — ou, no máximo, no início de janeiro, quando o mercado de inverno abrir. Não será um nome de grande renome, mas alguém com experiência em ligas europeias, capaz de entrar e não descer o nível.Quem é Farioli? O treinador que veio do Oriente
Nascido em Barga, Toscana, em 1989, Francesco Farioli não seguiu o caminho tradicional dos treinadores italianos. Começou como treinador de goleiros em clubes menores: Margine Coperta, Fortis Juventus e Lucchese. Depois, partiu para o Oriente Médio, trabalhando na Academia Aspire e com as seleções juvenis do Catar. Foi lá que aprendeu a gerenciar talentos jovens, a criar sistemas de desenvolvimento e a valorizar a disciplina. Voltou à Itália em 2017, juntando-se à equipe de Roberto De Zerbi no Benevento e depois no Sassuolo. Em 2020, foi para a Turquia, onde treinou o Karagümrük e o Alanyaspor — clubes que enfrentavam crises financeiras e precisavam de resultados rápidos. Lá, Farioli provou que conseguia extrair o máximo de recursos limitados. Em julho de 2023, o Nice o chamou. E ele fez o time jogar com identidade. Em seguida, o Ajax. E agora, o FC Porto. Ele não veio para manter o status quo. Veio para transformar. E o rodízio? É só o começo.
O que vem a seguir?
A próxima partida será contra o Famalicão, em jogo da Liga Portugal. E Farioli já disse: "Não vamos mudar a filosofia por causa do calendário". Ou seja: mesmo contra rivais diretos, o rodízio continua. Isso pode parecer arriscado, mas o técnico tem dados que mostram: jogadores que jogam menos de 60 minutos por jogo têm menos lesões e mantêm o foco. O que mais impressiona? O clube não está perdendo competitividade. Pelo contrário: os jogadores que entram estão entregando mais do que se esperava. E isso, em um time como o Porto, é um milagre.Frequently Asked Questions
Por que Farioli fez tantas mudanças contra o Sintrense?
Farioli usou o jogo da Taça de Portugal como oportunidade para dar minutos a jogadores da reserva, diante de um calendário apertado e várias lesões. Com 25 jogadores já utilizados na temporada, ele distribuiu o tempo de jogo de forma equilibrada — 20 jogadores têm cerca de um quinto do tempo total. Isso evita desgaste e mantém o nível competitivo em todas as frentes.
Quais são as principais carências do elenco do FC Porto?
A principal lacuna é no centro da defesa, com a ausência prolongada de Nehuén Pérez. A lateral-esquerda também preocupa, pois Francisco Moura, Zaidu e Kiwior não são titulares fixos. A SAD busca um defensor experiente para reforçar o eixo central, e possivelmente um lateral esquerdo de perfil mais ofensivo, com experiência em ligas europeias.
Como o rodízio afeta o desempenho do time nas competições?
Surpreendentemente, o rodízio tem melhorado o desempenho. Jogadores que entram têm mais motivação e menos desgaste físico. Nos últimos cinco jogos, o FC Porto manteve 100% de aproveitamento mesmo com sete mudanças no início. Os dados mostram que a média de passes certos e pressão alta não caiu — e as lesões diminuíram 30% comparado à temporada passada.
Quem são os jogadores que ainda não estrearam na temporada 2025/2026?
Ainda não estrearam na equipe principal: Tomás Pérez, Pedro Lima, Gabriel Brás e João Costa. Todos são jovens da equipa B, com potencial, e Farioli já sinalizou que eles podem ser chamados em momentos de crise ou para dar descanso aos titulares. O técnico valoriza o crescimento interno, especialmente em jogadores com perfil técnico e mentalidade de equipe.
Farioli tem histórico de sucesso em clubes menores?
Sim. Na Turquia, treinou o Karagümrük e o Alanyaspor, ambos com orçamentos limitados, e conseguiu resultados acima das expectativas. No Nice, levou o time ao top 5 da Ligue 1. No Ajax, manteve a identidade ofensiva mesmo com perdas de jogadores-chave. Ele é especialista em transformar elencos fragmentados em times coesos — exatamente o que o FC Porto precisa agora.
Haverá reforços antes do Natal?
Fontes internas indicam que sim. A SAD está em negociações com um defensor central de 30 anos, com passagem pela Serie A e La Liga, e pode fechar antes do fim de dezembro. Também há interesse em um lateral esquerdo com perfil ofensivo, de 25 anos, que atua em liga belga ou holandesa. As contratações podem ser anunciadas antes do Natal ou logo após o início do mercado de inverno em janeiro.

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