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Operação da PF no INSS: fraude bilionária, bens de luxo e buracos no sistema
PF descobre fraude de R$6,3 bilhões e tira direção do INSS
A polícia federal desbaratou um dos maiores esquemas de fraude já vistos na Previdência brasileira. Batizada de Operação No Discount, a ação atacou uma estrutura criminosa que movimentou R$6,3 bilhões em descontos indevidos de aposentados e pensionistas do INSS entre 2019 e o início de 2024. O alvo: cobranças escondidas em folha de pagamento, retirando dinheiro de quem já deveria ter segurança financeira na aposentadoria.
O golpe funcionava assim: associações usavam brechas no sistema para incluir taxas de filiação sem que o beneficiário soubesse. Em muitos casos, idosos só descobriram após meses ou anos sentindo o desconto no extrato bancário. E não foi coisa pequena: são milhões de vítimas, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde a fiscalização digital costuma ser mais precária.

Bens de luxo, prisões e a ponta do iceberg
A operação aconteceu em 15 estados, com 211 mandados de busca e seis prisões temporárias. Um dos suspeitos ostentava patrimônio digno de celebridade brasileira: mais de R$15 milhões em imóveis, carros importados e dinheiro vivo. Na casa dele, a polícia encontrou US$200 mil em espécie — dinheiro suficiente para comprar imóveis no Brasil à vista.
A PF afirma que havia clara ligação com crime organizado. O rastro de dinheiro levou a empresas de fachada, falsificação de documentos e lavagem de capitais. Parte do esquema teria envolvimento de servidores públicos, incluindo até o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, afastado junto com outros cinco integrantes da cúpula da autarquia.
Apesar do tamanho do escândalo, as investigações estão longe do fim. Há suspeita de que outros dirigentes e operadores internos possam ter recebido mesadas ou benefícios para facilitar a inserção dos descontos fraudulentos no sistema.
O ponto mais crítico de toda essa história? Uma falha praticamente básica: a falta de biometria nos sistemas do INSS. A higiene digital foi postergada justamente pelo atraso na solução contratada junto à Dataprev, empresa responsável pelo processamento dos dados do instituto e pelo desenvolvimento de mecanismos de autenticação mais confiáveis.
Pelo levantamento dos investigadores, essa barreira de segurança teria evitado parte considerável dos golpes. Mas, com o projeto emperrado desde 2021, os criminosos tiveram caminho livre para agir quase sem obstáculos.
Por enquanto, o que se sabe é que a polícia mantém foco na quebra de sigilos bancários, busca por movimentações suspeitas em contas de servidores e aprofundamento da perícia em contratos assinados entre associações e o INSS. A pressão recai também sobre o governo federal, que corre contra o relógio para acelerar a implantação do sistema biométrico e blindar a folha de quem mais depende de estabilidade — os aposentados do Brasil.
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