Quando Eliana Lucia Azevedo entrou no estúdio da Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) em São Paulo na noite de 7 de novembro de 2025, não era só mais um programa. Era um retorno. Um reencontro. E, para muitos que a viram chorar antes mesmo de pisar no palco, um momento de pura emoção. A apresentadora de 51 anos, que liderou o Teleton São Paulo por quase duas décadas, voltou à emissora onde se tornou ícone — depois de seis anos na Rede Record — para co-apresentar a abertura da 28ª edição da maratona solidária, ao lado de Celso Portiolli. O público, presente e em casa, aplaudiu em pé. Alguns até se levantaram em casa, com os olhos úmidos.
Um reencontro que emocionou até os técnicos
Eliana chegou ao prédio da SBT por volta das 18h, ainda antes da gravação. Foi lá, nos corredores atrás das câmeras, que ela se deparou com a equipe que a ajudou a construir a história do Teleton entre 2000 e 2018. Alguns já tinham saído da emissora. Outros, ainda estavam lá, com as mesmas camisetas de trabalho e os mesmos sorrisos. “Ela não conseguiu falar. Só abraçou, chorou, segurou as mãos de todo mundo”, contou Will Dias, repórter do Brazil News, que acompanhou o momento. “Foi como se o tempo tivesse parado — e o coração, voltado.”Quando subiu ao palco, vestindo um vestido preto e branco com saia longa e colar de pérolas, Eliana não escondeu a emoção. “Estar aqui é sempre muito especial”, disse, com a voz trêmula. O aplauso durou mais de 30 segundos. Celso Portiolli, de 59 anos, que a acompanhou desde 2005, apenas sorriu e completou: “Independentemente de qualquer coisa, da distância...” — a frase foi interrompida por um abraço entre os dois. Ninguém precisou dizer mais nada.
Teleton 2025: a maratona que não para de salvar vidas
O Teleton 2025 São Paulo é mais do que um programa de TV. É um ritual nacional. Desde 1998, quando foi criado por Silvio Santos, a maratona de 27 horas — que vai de 7 de novembro, às 21h, até 8 de novembro, às 12h — já arrecadou mais de R$ 1,2 bilhão para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Este ano, o objetivo é claro: R$ 35 milhões. O valor, equivalente a cerca de US$ 6,5 milhões, será usado para manter um hospital ortopédico, sete centros de reabilitação (em São Paulo, Belo Horizonte, Campinas, Ribeirão Preto, Santos e Sorocaba) e cinco oficinas que produzem próteses e órteses para 45 mil pessoas com deficiência física por ano.A AACD, fundada em 1950 pelo médico Adib Domingos Jatene, é hoje a maior entidade do gênero no Brasil. Seu presidente, Dr. José Luiz Abdalla, afirmou em entrevista que “cada real arrecadado no Teleton muda a vida de uma criança que não teria acesso a fisioterapia, cirurgia ou cadeira de rodas adaptada”. Em 2024, a campanha conseguiu R$ 32,7 milhões — e este ano, com o retorno de Eliana, as expectativas estão mais altas do que nunca.
Um símbolo de reconciliação
Eliana foi a cara do Teleton por 19 anos. De 1998 a 2016, ela esteve em quase todas as edições, sempre ao lado de Portiolli. Juntos, criaram uma química que se tornou sinônimo de empatia e profissionalismo. Quando ela saiu da SBT em 2019, muitos acreditaram que o Teleton perderia parte de sua alma. A emissora tentou substituí-la — com apresentadoras como Ana Clara, Carol Trentini e até o próprio Portiolli sozinho. Mas nada foi igual. O público sentia falta. As doações, em alguns anos, caíram 8%.Seu retorno não foi apenas um gesto de nostalgia. Foi um sinal de que a SBT entendeu: o Teleton não é só um evento. É um pacto com a sociedade. E Eliana, mesmo após anos em outra rede, nunca deixou de ser parte disso. “Ela não veio para competir. Veio para abraçar”, disse um produtor da SBT, que pediu para não ser identificado. “É como se a família tivesse voltado para casa.”
Quem mais está na maratona?
A programação da noite de 7 de novembro incluiu ainda artistas como a cantora Michel Teló e a influenciadora Larissa Luz, que se apresentaram ao vivo no estúdio. Mas os momentos mais aguardados ainda estão por vir: o ator Murilo Benício aparecerá às 3h da manhã de 8 de novembro, e a cantora Ivete Sangalo, às 8h, com uma performance que promete emocionar até os mais céticos. Tudo ao vivo, com o contador de doações em tempo real na tela — e o nome de cada doador, por mais pequeno que seja, aparecendo na tela.A transmissão é feita pela SBT e pelo canal oficial no YouTube, com mais de 1,2 milhão de inscritos. Nos últimos anos, o público digital superou o televisivo — e isso é crucial. “A nova geração não só assiste. Ela participa”, explica a diretora de comunicação da SBT, Guilherme Stoliar. “O Teleton não é mais só um programa. É um movimento.”
Por que isso importa?
Porque, em um país onde 12% da população tem algum tipo de deficiência física — segundo o IBGE —, o Teleton é uma das poucas iniciativas que conectam o entretenimento à solidariedade de forma constante, transparente e eficaz. E quando uma figura como Eliana, que passou 28 anos na TV brasileira, volta com lágrimas nos olhos, isso não é apenas um acontecimento midiático. É um lembrete de que, mesmo em tempos de redes sociais e desconfiança, ainda existe espaço para emoção genuína.Frequently Asked Questions
Por que o retorno da Eliana é tão significativo para o Teleton?
Eliana foi a apresentadora mais associada ao Teleton, com 19 participações entre 1998 e 2016. Sua presença criou uma identidade emocional com o público, e sua ausência, entre 2019 e 2025, coincidiu com uma leve queda nas doações. Seu retorno simboliza a reconexão entre a emissora, os espectadores e a causa, reforçando a credibilidade e a emoção que movem a campanha.
Como o dinheiro do Teleton é usado pela AACD?
Os recursos financiam o Hospital Ortopédico e sete centros de reabilitação em cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Campinas, além de cinco oficinas que produzem próteses e órteses. Em 2024, 45 mil pessoas — 70% delas crianças — receberam tratamento gratuito. O valor arrecadado em 2025 será diretamente aplicado em cirurgias, fisioterapia e equipamentos adaptados.
Qual foi o recorde histórico de doações do Teleton?
O maior valor arrecadado foi em 2012, com R$ 74,3 milhões. Desde então, as doações variaram entre R$ 28 milhões e R$ 35 milhões, dependendo da força da campanha e da presença de celebridades. O objetivo de R$ 35 milhões em 2025 é ambicioso, mas viável — especialmente com o retorno de Eliana e a mobilização digital.
Quem é Celso Portiolli e por que ele é tão importante no Teleton?
Celso Portiolli é apresentador da SBT desde 1997 e co-host do Teleton desde 2005. Sua serenidade, humor e empatia equilibram a emoção de Eliana. Juntos, formaram a dupla mais duradoura da história da maratona. Mesmo após a saída dela, ele manteve o programa vivo — e agora, seu reencontro com ela reforça a história que a emissora não quer esquecer.
O Teleton ainda é relevante na era das redes sociais?
Sim. Embora o público jovem se engaje mais no YouTube e Instagram, o Teleton transforma o entretenimento em ação concreta. Em 2024, 40% das doações vieram de plataformas digitais. A transmissão ao vivo, com contadores em tempo real e nomes de doadores, cria um senso de comunidade que redes sociais isoladas não conseguem replicar.
O que acontece se a meta de R$ 35 milhões não for atingida?
Mesmo que a meta não seja alcançada, todos os recursos arrecadados vão para a AACD. A emissora garante que não há “limite mínimo” para a ajuda — cada real importa. Nos anos em que o valor ficou abaixo da meta, a entidade ajustou seus planos, mas nunca interrompeu os atendimentos. A meta é um objetivo, não um limite.

Esportes
Thiago Silva
novembro 11, 2025 AT 03:30Meu Deus, vi o vídeo dela entrando no estúdio e já quebrei. Não tinha nem 10 segundos e eu já tava com os olhos molhados. Essa mulher é pura emoção encarnada, sabe? Não é só apresentadora, é memória viva da TV brasileira.
Quem cresceu nos anos 90 e 2000 com o Teleton sabe o que isso significa. Ela não voltou pra fazer show - ela voltou pra curar.
Sandra Blanco
novembro 11, 2025 AT 16:10Eu não entendo tanta emoção por uma apresentadora. Tem gente que chora por isso, mas não ajuda nada na prática.
Willian Paixão
novembro 11, 2025 AT 23:11Sei que parece exagero, mas isso aqui é tipo um reencontro de família. A Eliana era a voz que a gente ouvia quando a gente tinha medo, quando a gente precisava acreditar que dava pra mudar.
Hoje em dia, todo mundo quer viralizar. Ela só queria ajudar. E isso, meu amigo, é raro demais.
Se o Teleton tivesse só dinheiro, não seria nada. Mas com ela, é alma. E alma não tem preço.
Francini Rodríguez Hernández
novembro 12, 2025 AT 05:21eu to chorando aqui no trabalho e nao ligo pra ninguem kkkkkkkkkkkk
José Vitor Juninho
novembro 12, 2025 AT 05:37...o silêncio entre eles, quando ele sorriu e ela não conseguiu falar... isso foi mais poderoso do que qualquer discurso.
É raro ver algo assim na TV hoje. Tudo é planejado. Tudo é calculado. Mas isso? Isso foi real.
E isso... isso vale mais que milhões de reais.
Marcus Souza
novembro 13, 2025 AT 07:17o teleton é o unico programa que a gente vê e sente que ta fazendo algo de verdade
nao importa se voce doa 5 reais ou 500
seu nome ta la na tela e isso ta mudando a vida de uma crianca
ela voltou e a gente voltou com ela
eh isso que importa
Leandro Moreira
novembro 14, 2025 AT 10:29É só nostalgia. A SBT tá tentando recuperar audiência com lágrimas. O Teleton não é mais o que era. As crianças hoje não conhecem ela. E os números de doação não vão subir por causa de um abraço.
Geovana M.
novembro 14, 2025 AT 14:51Claro que ela chorou. Ela tá voltando pra onde fez carreira. Mas e daí? Ela saiu por dinheiro. Agora volta por show. Tudo é marketing. Não é emoção, é campanha.
Carlos Gomes
novembro 16, 2025 AT 14:47Os dados são claros: entre 2019 e 2024, as doações caíram em média 7,8% ao ano. Em 2025, com o retorno de Eliana, as doações iniciais já subiram 22% nas primeiras 48 horas. O impacto psicológico da figura dela é mensurável.
Além disso, a AACD reportou aumento de 40% no engajamento de jovens de 18 a 24 anos nas redes sociais desde o anúncio do retorno. Isso não é nostalgia. É reengajamento social baseado em identidade emocional.
Ela não é uma apresentadora. Ela é um símbolo de confiança. E confiança move dinheiro. E dinheiro salva vidas.
Eduardo Mallmann
novembro 18, 2025 AT 04:29É comum, na cultura brasileira, atribuir valor moral às figuras mediáticas que se alinham com valores de empatia e perseverança. O retorno de Eliana representa, portanto, uma reconstrução simbólica da identidade coletiva da SBT, que havia se deslocado para uma lógica de entretenimento desvinculada da responsabilidade social.
Seu retorno não é um evento televisivo - é um ato de reconciliação ética.
Timothy Gill
novembro 19, 2025 AT 08:08Todo mundo chora por ela mas ninguém pergunta por que ela foi embora
o sistema usa a emoção pra esconder as falhas
ela não voltou por amor
ela voltou porque o sistema precisava de um ídolo pra vender o que não vende mais
o teleton não é caridade
é teatro com propósito
David Costa
novembro 21, 2025 AT 08:02Vocês não entendem a profundidade disso. O Teleton não é só um programa. É um ritual. É o único momento do ano em que o Brasil se esquece de suas divisões - política, social, econômica - e se une em torno de uma causa. Eliana era o coração desse ritual.
Quando ela saiu, o ritual perdeu o sentido. Não por falta de apresentadoras, mas por falta de alma. Ela não era só a apresentadora. Ela era a ponte entre o sofrimento e a esperança.
Quando ela entrou no estúdio, não foi um retorno de uma pessoa. Foi o retorno de um espírito coletivo. A SBT não estava recebendo uma apresentadora. Estava recebendo o povo de volta.
Isso não é mídia. Isso é magia. E magia não se explica. Só se sente.
Se você não sentiu isso, então você nunca viu o Teleton. Só assistiu.
Willian de Andrade
novembro 21, 2025 AT 12:27eu to na fila do banco e vi o video da eliana e parei tudo pra assistir
quem ta com o coracao aberto sente isso
se nao sentiu, ta tudo bem
mas nao ta tudo bem se voce nao doa
Bruna Oliveira
novembro 22, 2025 AT 00:44Essa narrativa de 'alma do Teleton' é um constructo midiático perfeito. A SBT, em conjunto com a AACD, manipula a nostalgia como uma ferramenta de engajamento comportamental. A emoção é o novo KPI.
Eliana não é um símbolo. É um ativo de marca. E o público? É o consumidor de afeto.
Isso é capitalismo afetivo em sua forma mais pura.
gustavo oliveira
novembro 22, 2025 AT 22:34meu pai morreu em 2020 e nunca mais vi o teleton
hoje eu liguei e vi ela
eu chorei tanto que a minha irmã veio ver o que tava acontecendo
eu disse: 'pai, ela voltou'
ele não estava mais aqui
mas a gente ainda tá aqui
e isso importa